sábado, 5 de março de 2011

Caso perca o MMRCA, MiG-35 pode selar o adeus da fabricante MiG

Por Fernando Valduga

Caça MiG-35, o mais recente modelo da família Fulcrum, que disputa o MMRCA na Índia.
 As disputas para vitória à proposta indiana para aquisição de 126 caças do programa MMRCA, (aviões de combate médio multi-função que pode chegar a 200) tem se desenrolado à algum tempo, mas somente recentemente o “dog fight” entre Russos e Americanos chegou ao público geral. A concorrência entre os dois rivais – os Estadoos F/A-18E/F Super Hornet e Rússia MiG-35 tem sido dura e tem se intensificado desde que a Rússia anunciou que o seu modleo MiG-35 não estaria em exposição no show aéreo em Bangalore, na última exposição da Aero Índia 2011. Muitos especialistas tomaram a ausência do modleo Russo, como um claro sinal de que a estava se retirando da corrida pelo MMRCA.

Por um lado o Super Hornet, que atingiu a maturidade do projeto e é de fato impressionante. Entrou em produção em série a mais de 10 anos e carrega um radar AESA já operacional. A Boeing conta com total capacidade para iniciar a curto prazo a produção do caça para Índi, caso vença a concorrência.
Por sua vez o MiG-35 possui vantagens que incluem a experiência da Índia na operação do MiG-29 além do fato de que a manutenção da infra-estrutura para eles está em vigor em todo o país, bem como a prontidão da Rússia para compartilhar a tecnologia de produção com a Índia.

O modelo foi o único dos participantes que não esteve presente no Aero India 2011.

O MiG-35 apresenta como principal defeito o seu radar que ainda está em desenvolvimento, o que deve levar ainda um ou até dois anos. Além disso, apesar de ser uma evolução do MiG-29, o MiG-35 ainda precisa ser refinado antes que ele possa entrar em produção em série. Fundamentalmente, a única coisa que o MiG-35 partilha com o MiG-29 é a sua aparência. Sua aviônica e sistemas passaram por uma reforma radical. A aeronave é agora capaz de operar armas e munições ar superfície e ar-ar mais recentes o que o tornou num caça verdadeiramente multi-função, ao contrário do MiG-29, que é genuinanemente um caça de superioridade aérea.
O Mig 35 está em consonância com os maiores avanços mundiais no que se refere aos sistemas embarcados, está, é equipado com MFDs de cristal líquido, enquanto o HOTAS (mãos no acelerador e-stick) permitem ao piloto controlar todos os sistemas de armas sem que seja necessário tirar as mãos dos controles da aeronave e do motor. Os motores possuem sistemas de vetoração de empuxo, o que não é encontrado em nenhum outro vetor da concorrência, recentemente o consórcio Eurofighter apresentou esta tecnologia como pacote parafuturas conversões do Typhoon o que agradou aos indianos.
Os Indianos desejam esta tecnologia pois isto torna a aeronave mais manobrável, aumentando suas chances de vencer em combate aproximado (WVR) e permite manobrar e evitar o fogo de longo alcance dos mísseis.

Infográfico do MiG-35 produzido pela agência de notícias russa RIA Novosti.
Uma versão biplace – o MiG-35D – está disponível, com o mesmo tipo de aviônicos que o monoplace, permite que as tripulações treinadas numa aeronave seja facilmente convertipda para outra. O Mig 35D foi desenhado para poder servir de aeronave comando para grupos de caças, um único caça Mig 35 pode coordenar os movimentos um esquadrão inteiro.Porém, nuvens negras nos céus indianos ameaçam os sonhos do MIG 35.
Ao contrário da Rússia, que decidiu não colocar o seu MiG-35 em exposição, os Estados Unidos aumentaram a sua atividade e apresentaram o seu último conceito, a última versão do F/A-18, o Silent Hornet. Estes aviões são equipados com tanques de combustíveis conformais e motores de elevada performance, além de sistemas de transporte interno de armas e cockpits próxima geração.
A aeronave foi exibida na mostra como parte do roteiro do Programa Internacional doo Super Hornet, que a Boeing anunciou na Farnborough Air Show no ano passado. O caça é considerado como uma nova geração da família Super Hornet, que contará com melhor capacidade de sobrevivência em combate, consciência situacional e performance melhorada.
O vice-presidente da Boeing, Vivek Lall, disse que aos oficiais Indianos que estas tecnologias estariam disponíveis caso o Super Hornet fosse o vencedor deste contrato. “Estamos criando uma plataforma que será apta ao combate nos próximos 30 ou 40 anos”.
Este anúncio não tem precedentes nas companhias americanas – até agora apenas os “aliados mais próximos têm acesso total a este tipo de tecnologia. Todos os outros tinham de se contentar com o que lhes era oferecido”.
Segundo se estipula o resultado do MMRCA deverá ser anunciado neste verão. Eles são particularmente importantes para o MiG: se o MiG-35 não conseguir obter uma ordem de exportação, os caças da Sukhoi estarão em uma posição de predomínio incontestável no mercado de exportação de aviões de combate.
Apesar do potencial inquestionável das plataformas Sukhoi e de suas qualidades comprovadas, tal monopólio é improvável ser útil para a Rússia.
As opiniões expressas neste artigo são do autor e não necessariamente representam as dos RIA Novosti.

Fonte: RIA Novosti – Tradução e Adaptação do Texto: Plano Brasil – E.M.Pinto

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