A França deve enviar para as missões na Líbia seus caças Mirage 2000. (Foto: Armée de L'Air) |
Fontes diplomáticas francesas disseram que a ação incluirá a participação da França, Grã-Bretanha, Noruega, Suécia e possivelmente os EUA e uma ou mais nações árabes.
Caças Tornado GR4 da RAF deverão ser as primeiras aeronaves utilizadas na missão. |
Caças Typhoon da RAF também serão utilizados nas patrulhas aéreas sobre a Líbia. |
O porta-aviões italiano Giuseppe Garibaldi já está seguindo para costa Líbia, possivelmente com caças Harrier a bordo. |
A França deve usar também seus caças Rafale, os quais a Líbia era um potencial cliente de exportação do modelo francês. |
“É um desenvolvimento positivo”, afirmou uma fonte italiana após a sessão do Conselho de Segurança. Questionada sobre se a Itália iria oferecer suas bases para a aplicação da resolução da ONU, a fonte disse: “Sim, dissemos que estamos prontos para fazê-lo”.
O Egito começou a fornecer armas de pequeno porte, como rifles e munição, para rebeldes no leste da Líbia, com o aval dos Estados Unidos, segundo o The Wall Street Journal. É o primeiro esforço conhecido de um governo estrangeiro para armar a oposição a Kadafi.
A votação
Dez dos 15 países-membros do Conselho de Segurança votaram a favor da resolução que autoriza a aplicação de uma zona de exclusão aérea de forma imediata e qualquer medida adicional – menos uma incursão terrestre – para impedir ataques que possam resultar na morte de civis. Eram necessários ao menos nove votos favoráveis, sem nenhum veto. O Brasil se absteve da votação, assim como Alemanha, Índia, China e Rússia.
A embaixadora brasileira na ONU, Maria Luiza Viotti, atribuiu a abstenção do país ao texto da resolução. “As medidas adotadas podem causar mais danos do que benefícios. Mas não significa uma aceitação do comportamento do governo líbio”, disse. Além disso, segundo a representante brasileira os movimentos no mundo árabe têm crescido internamente, e uma intervenção externa alteraria esta narrativa, tendo repercussões na Líbia e em outros países.
As negociações estiveram sob o comando da França, da Grã-Bretanha e do Líbano. Os EUA envolveram-se mais intensivamente nos últimos dias depois que a Liga Árabe e a União Africana se posicionaram a favor da zona de exclusão aérea. O desafio, ao longo dos últimos dois dias, foi convencer a China e a Rússia a não vetar a resolução.
EUA cogitam treinar rebeldes
Na avaliação de alguns países, mesmo a zona de exclusão aérea não será suficiente. A embaixadora dos EUA junto à ONU, Susan Rice, disse antes da votação que talvez sejam necessárias medidas ainda mais restritivas para conter o regime líbio. Os EUA e seus aliados poderiam também enviar militares para assessorar e treinar os rebeldes, disse um oficial americano.
Demonstrando a importância da questão para a França, o próprio chanceler Alain Juppé compareceu ao conselho em Nova York e disse que a “obrigação dos franceses não é dar lições, mas ajudar as pessoas a decidir seu futuro. A situação na Líbia é alarmante. Não podemos abandonar a população civil diante da repressão. Temos pouco tempo. É uma questão de dias. Ou mesmo de horas. Cada hora que passa, aumenta o peso sobre os nossos ombros. Não podemos atuar tardiamente”.
Kadafi ameaça
Minutos depois de a ONU aprovar a intervenção, Kadafi disse que a decisão do órgão é “um ato flagrante de colonização” ilegal. Isso é loucura, insanidade, arrogância. Se o mundo enlouquecer, enlouqueceremos junto. Vamos responder. Faremos de sua vida um inferno, porque estão fazendo isso da nossa. Eles nunca terão paz”, disse o ditador ao canal português RTP.
Mais cedo, o ditador, que está há 40 anos no poder, já havia dito que suas forças estavam prontas para atacar Benghazi, principal reduto rebelde. “Está decidido. Estamos chegando. Não teremos misericórdia”.
Fonte: Estadão
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