quarta-feira, 26 de maio de 2010

EUA consideram 'estranho' corte de relações da Coreia do Norte com Seul

EUA consideram 'estranho' corte de relações da Coreia do Norte com Seul
Medida foi tomada por Pyongyang em represália a acusações sobre afundamento de navio

A decisão da Coreia do Norte de cortar relações com a Coreia do Sul anunciada nesta terça-feira, 25, é "estranha" e não representa o melhor para o interesse do povo norte-coreano a longo prazo, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, P. J. Crowley.

"A Coreia do Sul tem uma das economias mais dinâmicas do mundo. A economia debilitada da Coreia do Norte não vai suportar sozinha. A Coreia do Norte não consegue manter seus cidadãos sozinha", disse o porta-voz. "Não consigo imaginar uma atitude que prejudique mais os norte-coreanos do que cortar os laços com o Sul", completou Crowley.

Nesta terça, Pyongyang anunciou o rompimento total de relações com Seul em represália às acusações de que os militares norte-coreanos teriam afundado um navio da Marinha sul-coreana, episódio que deixou 46 marinheiros mortos. O anúncio foi feito pela KCNA, agência estatal de notícias da Coreia do Norte.

"O Comitê pela Reunificação Pacífica da Coreia declara que a partir de agora serão feitos esforços para congelar as relações intercoreanas, abdicar o acordo de não agressão entre o norte e o sul e interromper completamente a cooperação", diz o comunicado da KCNA, completando que todas as relações com Seul, assim como as comunicações, seriam cortadas.

Pyongyang também decidiu expulsar os expulsar os sul-coreanos que trabalham no parque industrial de Kaesong, mantido em conjunto pelo sul e pelo norte. Não ficou claro, porém, qual o verdadeiro impacto que a medida teria nas fábricas que operam no local. A maioria das empresas são sul-coreanas, que aproveitam para usar mão-de-obra barata da Coreia do Norte.

Segundo a perícia internacional realizada na Coreia do Sul, o naufrágio do navio Cheonan foi causado por um torpedo disparado pelos norte-coreanos. Pyongyang, porém, nega qualquer envolvimento.

O episódio do navio elevou a tensão entre as duas Coreias, tecnicamente em guerra desde 1950, quando começou a Guerra da Coreia. O conflito, que terminou em 1953, nunca foi formalmente encerrado, e os dois lados permanecem apenas em trégua, embora haja atritos frequentemente.

Outra questão que gera impasse é o programa nuclear norte-coreano, considerado uma ameaça pelo sul. Pyongyang se recusa a retornar à mesa de negociações para abandonar os projetos atômicos e diz que só o fará se a Guerra da Coreia for encerrada formalmente.

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