quarta-feira, 25 de maio de 2011

F-X2: Atraso na escolha do fornecedor de caças é compreensível, diz Dassault

Caça Dassault Rafale parte do porta-aviões francês Charles de Gaulle. (Foto: Marinha Francesa)
O diretor da Dassault Aviation, Jean Marc Merialdo, minimizou a demora da presidente Dilma Rousseff em escolher a fabricante que vai vender caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).

Merialdo considerou o atraso compreensível na medidade em que o Brasil passa por um momento de inflação e aperto fiscal. “Estamos com pressa de ver a decisão, mas entendemos a situação. Por outro lado, sabemos que o Brasil precisa aprimorar sua capacidade de defesa”, afirmou Merialdo, após participar do Seminário As Oportunidades do Consórcio Rafali para São Bernardo do Campo, região do ABC e Brasil.


“De qualquer maneira, estamos otimistas quanto ao desfecho visto o que fizemos e apresentamos ao governo”, acrescentou. Merialdo disse que a compra de caças costuma gerar competição acirrada entre fabricantes, sendo natural a demora do governo. “São contratos de 30 anos. Ninguém pode falhar”, ressaltou.

Na semana passada, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantiu que a escolha dos 36 caças que serão comprados pela FAB será decidida em 2012. O avião Rafali da empresa Dassault compete com o F18 Super Hornet, da americana Boeing e com o Gripen, da sueca Saab. A Dassault aposta na transferência total de tecnologia para vencer a disputa contra as concorrentes.

A decisão ficou para o ano que vem, depois que o ministro Mantega anunciou cortes no Orçamento e informou que o governo brasileiro não tem recursos disponíveis para realizar as compras em 2011.

Enquanto o governo não decide, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho aproveita o lobby das fabricantes que estão na licitação federal para atrair investimentos para o município. O prefeito é considerado pelas empresas como um importante aliado da presidente Dilma e do ex-presidente, Lula.

Por isso, a Dassault assumiu hoje o compromisso de ajudar o prefeito a instalar sistemas de segurança por meio de monitoramento digital. Isso faz parte de um compromisso de cooperação de projetos de gestão urbana que ainda serão escolhidos. Além disso, foram firmados acordos para o fornecimento de peças para empresas de tecnologia e transferência da mesma para universidades.

Do contato com a Saab, Marinho conseguiu a instalação de um centro de pesquisa no município. “Entrei no debate dos caças por que nossa região tem riqueza intelectual e cultura industrial. Não sei quem será o vencedor da licitação. O que posso dizer é que, por meio das parcerias que firmamos, podemos ver como as empresas assumem seus compromissos a partir do relacionamento com empresas e universidades”, afirmou.

Fonte: Valor Econômico – Fernando Taquari

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