O grande segredo da Northrop Grumman: seria esta a próxima geração de
bombardeiros da USAF ?
O orçamento de defesa da Força Aérea americana (USAF) para 2008 não
previa recursos para o desenvolvimento de uma nova geração de bombardeiros (NGB
- Next Generation Bomber), porém o balanço do 1º trimestre do conglomerado
Northrop Grumman para aquele ano indicava que o grupo havia sido contemplado
com um contrato de US$ 2 bilhões para trabalhar em novos "programas
restritos" na área de sistemas integrados de sua divisão aeronáutica.
Estaria a Northrop construindo um protótipo de um bombardeiro secreto? Isto
certamente confirma que a empresa possui um contrato, altamente classificado
pelo Pentágono, para desenvolver um demonstrador do NGB para a Força Aérea. Os
gigantes Boeing e Lockheed Martin revelaram que estão trabalhando em conjunto
em novo bombardeiro, combinando a longa experiência da primeira com este tipo
de aeronave e o amplo conhecimento em tecnologia stealth da segunda, num esforço para vencer a
rival, que lidera até o momento a corrida pelo próximo grande programa de uma
aeronave de combate dos Estados Unidos. O protótipo do NGB será baseado no
desenho e na tecnologia aplicada no desenvolvimento do veículo aéreo não
tripulado de combate (sistema demonstrador) X-47B para a Marinha, o
que diminuiria o tempo necessário para torná-lo operacional, atendendo os
requisitos da USAF que definiu um programa em três estágios para o seu NGB:
fase1 - manter efetiva a atual força de bombardeiros, com as modernizações
necessárias, até 2018; fase 2 - incorporação de um novo bombardeiro a partir de
2018; e fase 3 - desenvolver o conceito de aeronaves hipersônicas de grande
altitude. O X-47B é bem mais avançado, em termos aerodinâmicos, do que possa
parecer e com verdadeiras qualidades de baixa visibilidade. A aeronave é a
primeira que combina uma configuração de asa voadora (sem derivas), com os
novos materiais compostos e que permitem maior furtividade, inclusive contra
radares de baixa frequência na banda VHF, porque suas formas produzem uma assinatura
radar (RCS - Radar Cross Section) tão pequena que iludem a varredura do
equipamento
As poucas informações que se pode obter sobre o NGB, indicam que ele
terá um alcance de cerca de 3.200 km, com uma carga bélica variando de 6.350 a
12.700 kg, com provavelmente metade do tamanho do bombardeiro
stealth B-2
Spirit, também fabricado pela Northrop. Ao defender o desenho de uma asa
voadora para o NGB a empresa busca manter um ponto chave na perfomance do
X-47B, ou seja, a capacidade de manter um fluxo laminar de ar constante sobre a
sua superfície. Fazer isto com uma aeronave com asas tão extensas tem sido um
desafio para os engenheiros, mas a alta precisão na manufatura de suas peças
conjugada com a utilização de técnicas avançadas sobre a dinâmica dos fluídos
podem ajudar a resolver o problema. Não menos importante são os controles de
vôo da aeronave, os quais combinam superfícies inseridas acima e abaixo da
fuselagem com superfícies curvas sobre as asas. Estas novas formas parecem
prover melhores respostas aos controles do NGB, com superfícies menores e mais
leves do que foram necessárias para o B-2 Spirit. Uma vantagem da asa voadora
com o desenho de uma pipa invertida é que seu centerline é mais longo,
permitindo um espaço maior para compartimentos de bombas, tornando-o capaz de
levar um mix de armamentos para diferentes alvos, com maior flexibilidade para
executar as missões, e a instalação de motores com baixa assinatura infravermelha.
Pesando o mesmo que um Boeing 737, o protótipo do NGB deverá ter o tamanho
suficiente para acomodar duas turbinas Pratt & Whitney da família
F119/F135, sem pós combustores, com a mesma tecnologia das entradas de ar e
tubeiras desenvolvida pela P&W para o X-47B. Dentro do Pentágono ainda
existe alguma resistência quanto ao prosseguimento do programa do NGB, devido
aos seus elevados custos de desenvolvimento e operação, considerando-se um
período de orçamentos militares apertados nos próximos anos, mas acredita-se
que esta aeronave seja um dos projetos contemplados com os "black
funds" (fundos secretos) do orçamento de defesa americano
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